Tuesday, March 28, 2006

E eu só queria entrar em casa.

Cheguei ontem em Curitiba às seis da manhã, um frio como há muito tempo eu não via e cheia de planos de chegar em casa, tomar um banho bem quente, tomar café da manhã e ir pra aula sete e meia. Chego no apartamento com as minhas malas, tiro a chave do bolso, abro a tranca de cima (que é daquelas que tem a chave bizarra de quatro pontas*), que sempre foi a que eu e a minha irmã usamos. Tento abrir a porta. Nada. Verifico se desfiz as duas voltas. Sim. A porta continua trancada. Aí eu lembro que existe a trança normal também, porém eu nunca tinha usado, por falta de necessidade, mas minha irmã, precavida do jeito que é, deve ter trancado aquela também. Legal, pelo minha chave não-bizarra e ela só entra até a metade. "Como assim" eu penso, enquanto tento tirar a chave da tranca (o que também levou um bom tempo). respiro fundo e tento não ter um piti. Tento todas as chaves que eu tenho em mãos (menos a bizarra). Só aquela roxa, que era das outras meninas que moravam aqui, entra. Até a metade, claro.
Sento no chão e começo a confabular o que vou fazer, afinal, aulaseteemeianãopossofaltar. Desço e pergunto pra porteira se por acaso ela tem as chaves dos apartamentos. São seis blocos de sete andares cada, quatro apartamentos por andar. Faça as contas. Bobóviamente ela não tinha. É seis e meia da manhã, nenhum chaveiro está com as portas abertas essa hora e eu continuo tendo aula sete e meia. Saio do prédio e ligo pra minha irmã, que tava em cascavel, pra ver se ela daria uma luz que salvaria o dia. Não.
Resultado: me troquei no banheiro da porteira (detalhe que com as roupas que tavam na mala, em sua maioria usadas), escovei o dente sem pasta, lavei o rosto, respirei fundo e saí pro mundo, toda xexelenta. Esperei dar sete horas pra que eu pudesse pelo menos tomar café na padaria da frente de casa, comi e fui pra aula. Entreguei o maldito texto que era todo o motivo de necessidade de ir pra aula, voltei pra casa e chamei o chaveiro que fica na mesma quadra de casa. O cara andou unas quinze metros até aqui em casa, lixou a chave por meio segundo, ela entrou e ele me cobrou vinte reaL.
Conclusão: quando você receber um molho de chaves de uma pessoa que morou com sua irmã por seis meses, não presuma que ela usou todas as chaves e que elas funcionam. Testar chaves é o novo hype.

*chave tetra é o nome do bicho, fui avisada.