Um fim-de-semana surreal
Então, começando pelo começo: ontem, 18/09, foi aniversário do Kofi, meu amigo do Zimbábue, que por algum motivo do cosmos veio parar em Cascavel pra fazer um intercâmbio (também foi aniversário do Mateus, mas isso não tem nada a ver com a história, portanto o Mateus só ganha um "feliz aniversário", mesmo). Amigos do Kofi, provindos de todas as partes do mundo, que também estão fazendo intercâmbio no Brasil, vieram pra Cascavel, e passei a maior parte do dia com eles. Foi a experiência mais bizarra imaginável. Cada um de um canto do mundo, falando com um sotaque diferente - eu ainda acho difícil entender o que o Ryan, da África do Sul, fala - o Kofi e a Samantha, uma amiga do Zimbábue, que também fala o dialeto ndebele, ficavam falando coisas bizarras que ninguém entendia, comi bolo até explodir, e me diverti pacaraio. O problema é que eu to até pensando em inglês agora, de tanto passar tempo com eles; daqui a pouco vai dar pane no sistema aqui do meu cérebro.
Thursday, September 16, 2004
Wednesday, September 15, 2004
Gênios
Invejo os gênios. Não somente por serem gênios, o que seria óbvio demais para declarar ao mundo todo (apesar do nome do blog. de qualquer modo... voltando ao assunto...), e sim porque as pessoas não dão a mínima importância às cagadas que eles fazem, assim como todas as outras pessoas. Ninguém ficou cuspindo em cima do túmulo de Hemingway por ele ter se matado. Ninguém ficou rindo da cara do John Lennon e da Yoko Ono por terem posados nus na capa do CD "Two Virgins" (tá bom, riram, rimos e riremos, mas ignoramos esse fato quando vamos ouvir o santo Lennon). Ninguém linchou os Beatles quando eles gravaram "Yellow Submarine" (eu já disse que foi jogada de marketing para controlar as fãs ardorosas, mas mesmo assim não podemos negar que eles fizeram essa pérola de música, infelizmente). Toda vez que Woody Allen lança um filme razoável, ou até mesmo ruim, o que os fãs têm a dizer é que ele "tem crédito por ter feito filmes geniais". Ninguém culpa os Rolling Stones por terem feito músicas nos anos oitenta. Ninguém fica dizendo (muito) que o Morrissey é a maior bichona do mundo. Ninguém mais lembra (muito) do vestido de cisne que a Björk usou no Oscar (acho que foi no Oscar, corrijam-me se estiver errrada); nem gosto tanto assim da Björk, mas se eu tivesse inventado de usar um vestido de cisne, por exemplo, estariam mostrando minhas fotos num telão e rindo da minha cara até hoje...
De qualquer modo, também queria ter essa facilidade que os gênios têm, de fazer uma besteira homérica e ainda assim ter alguém dizendo que eles são maravilhosos, geniais e brilhantes. Acho que ajudaria se eu tivesse algum talento. Mas isso já são outros quinhentos.
Invejo os gênios. Não somente por serem gênios, o que seria óbvio demais para declarar ao mundo todo (apesar do nome do blog. de qualquer modo... voltando ao assunto...), e sim porque as pessoas não dão a mínima importância às cagadas que eles fazem, assim como todas as outras pessoas. Ninguém ficou cuspindo em cima do túmulo de Hemingway por ele ter se matado. Ninguém ficou rindo da cara do John Lennon e da Yoko Ono por terem posados nus na capa do CD "Two Virgins" (tá bom, riram, rimos e riremos, mas ignoramos esse fato quando vamos ouvir o santo Lennon). Ninguém linchou os Beatles quando eles gravaram "Yellow Submarine" (eu já disse que foi jogada de marketing para controlar as fãs ardorosas, mas mesmo assim não podemos negar que eles fizeram essa pérola de música, infelizmente). Toda vez que Woody Allen lança um filme razoável, ou até mesmo ruim, o que os fãs têm a dizer é que ele "tem crédito por ter feito filmes geniais". Ninguém culpa os Rolling Stones por terem feito músicas nos anos oitenta. Ninguém fica dizendo (muito) que o Morrissey é a maior bichona do mundo. Ninguém mais lembra (muito) do vestido de cisne que a Björk usou no Oscar (acho que foi no Oscar, corrijam-me se estiver errrada); nem gosto tanto assim da Björk, mas se eu tivesse inventado de usar um vestido de cisne, por exemplo, estariam mostrando minhas fotos num telão e rindo da minha cara até hoje...
De qualquer modo, também queria ter essa facilidade que os gênios têm, de fazer uma besteira homérica e ainda assim ter alguém dizendo que eles são maravilhosos, geniais e brilhantes. Acho que ajudaria se eu tivesse algum talento. Mas isso já são outros quinhentos.
Thursday, September 09, 2004
Afirmações idiotas, respostas estúpidas.
Primeiramente, estarei contando* que hoje cheguei a uma conclusão sobre dentistas e advogados, os seres mais sádicos, filhos-da-puta e odiados da face deste mundindinho que habitamos: dentistas e seus assistentes são, em geral extremamente simpáticos (ênfase na palavra "extremamente") porque têm que convencer as pessoas a gastar seiscentos reais para arrancar quatro sisos, por exemplo, e ainda por cima convencê-las que sim, isso é realmentenecessário. Advogados, por sua vez, não têm absolutamente nenhuma necessidade de fazer o mesmo. Na verdade, eles têm que ser filhos-da-puta; afinal, quem iria querer um frouxo defendendo suas vontades?
Voltando ao assunto ao qual o título se refere, hoje fui tirar moldes ortodônticos (palavra legal essa: "ortodôntico"), e enquanto a mocinha (über simpática, não por acaso) não tão gentilmente inseria quinze quilos de massinha goela abaixo para fazer um lindo molde da minha arcada dentária, fiquei lá, parada, não dei os gritos que queria desesperadamente dar e me comportei como uma boa garotinha. Até o momento que, enquanto a massa ainda estava na minha boca, impedindo qualquer tipo de comunicação humanamente inteligível, a mocinha olha e fala:
- Só respire agora, tá?
- Ah é? Porque eu tava pensando em parar de respirar nesses cinco minutos que eu vou ter que ficar com essa coisa na boca e levantar e fazer minha presentação de cantos gregorianos enquanto danço polca.
É claro que eu não disse isso. A massinha me impediu.
*influência da atendente.
Primeiramente, estarei contando* que hoje cheguei a uma conclusão sobre dentistas e advogados, os seres mais sádicos, filhos-da-puta e odiados da face deste mundindinho que habitamos: dentistas e seus assistentes são, em geral extremamente simpáticos (ênfase na palavra "extremamente") porque têm que convencer as pessoas a gastar seiscentos reais para arrancar quatro sisos, por exemplo, e ainda por cima convencê-las que sim, isso é realmentenecessário. Advogados, por sua vez, não têm absolutamente nenhuma necessidade de fazer o mesmo. Na verdade, eles têm que ser filhos-da-puta; afinal, quem iria querer um frouxo defendendo suas vontades?
Voltando ao assunto ao qual o título se refere, hoje fui tirar moldes ortodônticos (palavra legal essa: "ortodôntico"), e enquanto a mocinha (über simpática, não por acaso) não tão gentilmente inseria quinze quilos de massinha goela abaixo para fazer um lindo molde da minha arcada dentária, fiquei lá, parada, não dei os gritos que queria desesperadamente dar e me comportei como uma boa garotinha. Até o momento que, enquanto a massa ainda estava na minha boca, impedindo qualquer tipo de comunicação humanamente inteligível, a mocinha olha e fala:
- Só respire agora, tá?
- Ah é? Porque eu tava pensando em parar de respirar nesses cinco minutos que eu vou ter que ficar com essa coisa na boca e levantar e fazer minha presentação de cantos gregorianos enquanto danço polca.
É claro que eu não disse isso. A massinha me impediu.
*influência da atendente.
Monday, September 06, 2004
música, só pra não perder o costume...
- eu não entendo patavinas de rap, hip-hop ou congêneres. Sei sobre rap tanto quanto sei sobre física quântica. Mas, como já sou acostumada a falar do que não entendo, vou meter o bedelho: The Streets é legal demais. Para não ficar sem rótulos, visitei o AMG (que adora rotular tudo em tipo, ritmo, gênero, estilo e sabe-se lá mais o que, sendo que tudo isso é a mesma coisa) e lá vi que The Streets faz parte do movimento "party-hearty garage/2-step" britânico. O que quer que isso signifique. É bom. E isso é o bastante.
- Keane é uma daquelas bandas que tem uma música legal, que emociona e faz com que o trouxa (eu) vá atrás do CD pra ver para que a banda veio. Daí quando o trouxa (eu) vê para que a banda veio, quer mandar a banda pra outro lugar. Sim, esse mesmo.
- não entendo porque tanta gente mete o pau (com o perdão do trocadilho) no Gram. Não, não é uma banda BOA, mas já ouvi gente quase dizendo que chicotinho e salto alto é melhor. Não exagera, galerinha. O clipe é bonitinho, pelo menos. Muito bonitinho. Bah, desculpa besta pra (tentar) salvar a banda.
- Snow Patrol é do tipo de banda "me ame, me ame, se emocione com as minhas musiquinhas bonitinhas sobre amor". Mas não é que é bem simpática??
- Cat Power. Talvez Deus realmente exista.
- eu não entendo patavinas de rap, hip-hop ou congêneres. Sei sobre rap tanto quanto sei sobre física quântica. Mas, como já sou acostumada a falar do que não entendo, vou meter o bedelho: The Streets é legal demais. Para não ficar sem rótulos, visitei o AMG (que adora rotular tudo em tipo, ritmo, gênero, estilo e sabe-se lá mais o que, sendo que tudo isso é a mesma coisa) e lá vi que The Streets faz parte do movimento "party-hearty garage/2-step" britânico. O que quer que isso signifique. É bom. E isso é o bastante.
- Keane é uma daquelas bandas que tem uma música legal, que emociona e faz com que o trouxa (eu) vá atrás do CD pra ver para que a banda veio. Daí quando o trouxa (eu) vê para que a banda veio, quer mandar a banda pra outro lugar. Sim, esse mesmo.
- não entendo porque tanta gente mete o pau (com o perdão do trocadilho) no Gram. Não, não é uma banda BOA, mas já ouvi gente quase dizendo que chicotinho e salto alto é melhor. Não exagera, galerinha. O clipe é bonitinho, pelo menos. Muito bonitinho. Bah, desculpa besta pra (tentar) salvar a banda.
- Snow Patrol é do tipo de banda "me ame, me ame, se emocione com as minhas musiquinhas bonitinhas sobre amor". Mas não é que é bem simpática??
- Cat Power. Talvez Deus realmente exista.
Brasil, o país da música boa
Como todos sabemos muito bem, a música brasileira vive um ótimo momento: a fase do funk já passou, temos CPM 22, Charlie Brown Jr., Detonautas Róque Clube, Pitty, Rouge, Preta Gil e mais uma infinidade de nomes de importância inegável e que certamente estão fazendo história. Agora temos o Dogão, que não só não copia uma idéia já usada à exaustão, também é produzido* por Rick Bonadio, o homem por trás** do Rouge e outras "bandas" boas. Mas que sorte que temos.
*criado, manufaturado
** trocadilho não-proposital
Como todos sabemos muito bem, a música brasileira vive um ótimo momento: a fase do funk já passou, temos CPM 22, Charlie Brown Jr., Detonautas Róque Clube, Pitty, Rouge, Preta Gil e mais uma infinidade de nomes de importância inegável e que certamente estão fazendo história. Agora temos o Dogão, que não só não copia uma idéia já usada à exaustão, também é produzido* por Rick Bonadio, o homem por trás** do Rouge e outras "bandas" boas. Mas que sorte que temos.
*criado, manufaturado
** trocadilho não-proposital
como acabar com a alta auto-estima de uma filha em uma lição:
Hoje, estava eu toda feliz, alegre e saltitante pois consegui instalar as "coisas" da câmera digital sozinha (eu tenho conhecimentos muito avançados na arte digital, como todos sabem - e se não sabiam, agora sabem) e cheguei na minha mãe:
- mãe, adivinhe o que a sua filha linda, inteligente, maravilhosa, brilhante e genial fez?
- o que que a Lê fez?
- ...
minha auto-estima agradece.
Hoje, estava eu toda feliz, alegre e saltitante pois consegui instalar as "coisas" da câmera digital sozinha (eu tenho conhecimentos muito avançados na arte digital, como todos sabem - e se não sabiam, agora sabem) e cheguei na minha mãe:
- mãe, adivinhe o que a sua filha linda, inteligente, maravilhosa, brilhante e genial fez?
- o que que a Lê fez?
- ...
minha auto-estima agradece.
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