- Jude Law vai interpretar Ian Curtis (vocalista do Joy Division que se enforcou ouvindo Iggy Pop), em filme-biografia do cantor. Como podemos verificar pela foto abaixo, Law é um ótimo ator.

- JC Chasez, também conhecido como "o cara feinho do n'sync", agora tem carreira solo, obviamente na carona do sucesso do Justin Timberlake, com um single com título

eu queria colocar uma foto do clipe, mas como eu simplesmente não achei uma pequena, que coubesse nesse singelo site, contentem-se com a capa do cd do moço, e entrem nesse link aqui pra ver uma foto do clipe. atitude róquenrou, mano.
- então, finalmente chegando no ponto que eu queria, aqui está o texto sobre os anos 80 que eu fiz pro jornal. Críticas construtivas serão bem-vindas. E um título pra matéria, se alguém tiver uma idéia, também será devidamente agradecido com uma presença na minha listinha de pessoas para abençoar quando eu chegar no céu.
Quando vieram os anos 80, o mundo ainda se recuperava das décadas anteriores: revolução estudantil, pílula anticoncepcional, movimento hippie, guerras e golpes militares (Chile e Brasil, por exemplo). Tudo isso havia modificado a sociedade de um modo geral e, depois de duas décadas de lutas, o povo começava a mostrar sinais de cansaço. No fim dos anos 70, a música disco (Bee Gees, Village People, Donna Summer, Abba) já mostrava claramente o desejo de diversão e escapismo do povo. Nos anos 80, então, tudo podia ser diferente: as pessoas podiam ser fúteis e ter preocupações levianas; e foi exatamente isso que aconteceu. A cultura de massa tornou-se cada vez mais descartável, e a década ficou conhecida como a época dos excessos na moda e na música.
Seriados “enlatados” dos Estados Unidos eram exibidos o tempo todo (olhem só quanta coisa mudou...), as novelas eram bastante toscas (é oficial: certas coisas simplesmente não mudam...), todos os meninos queriam se vestir como o Michael Jackson, todas as meninas queriam ser Madonna ou Cindy Lauper, e todos queriam um cabelo i-gual-zi-nho ao exibido por Chitãozinho e Xororó (os tão famosos “mullets” – com certeza, alguém que você conhece já usou esse penteado. Ou até você! Veja só...). OK, talvez certas pessoas não quisessem esse cabelo específico. Pra essas pessoas, existia o penteado "cabelo liso-escorrido com franjinha" (popularizado por Mara Maravilha) e o "vamos entupir o cabelo com todos os produtos capilares conhecidos e ver com que altura ele fica" (o estilo comumente conhecido como "poodle", comum das bandas de heavy metal da época).
A moda da década, então, é medonha: calças baggy (aquelas fechadas na altura do calcanhar com um elástico) com cinturas extremamente altas, roupas de cores gritantes, saias balonê (outra maravilhosa criação, que deixava as mulheres parecendo palhaços, com seu formato de... balão, oras!), ombreiras, maquiagem de cores gritantes, acessórios de cores gritantes (não sei se deu pra reparar, mas nessa época tudo era de cores gritantes). Cabelos bonitos tinham mais de dez centímetros de altura e três quilos de gel (coisa que fazia com que todas as pessoas tivessem cabelos ressecados e armados na época – apesar de que essa era a moda...).
Tudo isso pode soar estranho agora, mas, na época, tudo isso era lindo, maravilhoso. Só na época. O que acontece é que nos últimos anos a mídia (primeiramente a moda, depois a música e o cinema) resolveu fazer um apanhado de algumas das características dos anos 80 para criar uma nova tendência, baseada no que foi feito naquela época.
É claro que não se pode afirmar que a década não teve seus méritos, como, por exemplo, o fim da ditadura militar no Brasil, o que fez com que aquela fosse a primeira vez em muito tempo que o povo teve oportunidade para ter uma cultura verdadeiramente criativa e livre de padrões pré-estabelecidos e imposições sociais (e políticas, principalmente), e também a explosão do rock brasileiro, nascido da fusão entre a new wave e o punk.
E agora estilistas de todo o mundo, com suas desculpas deslavadas de "inspiração na maravilhosa época que foi a década de oitenta", fizeram uma certa lavagem cerebral que convenceu criadores (em termos de moda, principalmente) em todo o mundo. Apesar de a metade do que eles defendem hoje ser o que eles criticavam há alguns poucos anos (oh, coerência, onde você foi parar?)...
Então por que a mídia insiste em dizer que os anos 80 estão de volta? Até alguns anos atrás, a moda dessa época era vista como ridícula por grande parte das pessoas, assim como as músicas com teclados, palminhas, e mais cabelos que qualidade. Se a banda britânica "The Darkness", por exemplo, tivesse surgido há cinco anos, seria engolida por críticas vorazes da mídia e do público, que abominava a maior parte daquela época.
As más línguas afirmam que uma das coisas que os estilistas querem trazer de volta são as calças de cintura alta. Sim, aquelas calças que eram alvo de chacota até pouquíssimo tempo atrás (lembram da piadinha da calça "centro-peito"? então...).
Poxa, ninguém gostou dos anos 80 tanto assim! Não precisa ressuscitá-los tão cedo. Não faz nem quinze anos desde o fim da década em que Michael Jackson ainda era negro, Xuxa (mencionar que ela fazia filmes pornô ou não? oh, dúvida cruel...) era a rainha absoluta dos baixinhos, os Menudos (a primeira banda latina que alcançou sucesso mundial – e ainda tem a enorme honra de ser a primeira “boy band”, e também a banda que revelou Ricky Martin), bandas de heavy metal “poodle” dominavam o cenário musical, teclados eram instrumentos usados à exaustão e Sandy e Junior eram só mais duas crianças razoavelmente anônimas com penteados abomináveis.
Se os estilistas quiserem trazer de volta a moda da cintura alta, por exemplo, vão em frente. Agora quero ver quem vai se sujeitar a ela. De novo, ainda por cima...